terça-feira, 21 de abril de 2009

Reincidentes


O quão máximo é possível acreditar em alguém?
Quantas chances são necessárias? Quantas chances são suficientes?
Até onde insistir?

Cerca de 75% dos jovens que saem de instituições corretivas nos EUA,  retornam pra instituição,vão pra cadeia ou são assassinados. Lugares que deveriam mudar as suas vidas,mas no final se revelam verdadeira piadas de mau gosto. Não corrigem, acentuam. Jovens que entram marginalizados, saem criminosos. E, se alguma vez acreditaram na palavra "mudança", essa fé corre pelo esgoto sendo transformada em zombaria e deboche, com retoques de total desconfiança. 
Se ninguém acredita neles, porque eles acreditariam?

Correção...Mudança...
Não sei qual a porcentagem de pessoas que buscam a igreja querendo mudança, e voltam frustradas. Também não sei quantos potenciais criminosos de hoje frequentaram escola dominical ou discipulados não encontrando a resposta que queriam. Não tenho ideia de quantos foram atrás de um ombro amigo que simplesmente os escutasse, e deram de cara com regras e leis que os fizeram se sentir ainda piores do que quando entraram. Deveríamos ser o centro de correção, o lugar de mudança. O lugar onde se acredita nas pessoas, sem necessariamente as pessoas merecerem crédito. O lugar da chance.

A reincidência parece que nunca vai ter fim... mas como saber se não tentarmos? Afinal de contas, todos somos reincidentes,não é mesmo?


quinta-feira, 16 de abril de 2009

Se minha igreja fosse um time de futebol


Dia desses, eu estava pensando... e se a minha igreja fosse um time de futebol? Isso mesmo! Ah, se a minha igreja fosse um time de futebol...
Se a minha igreja fosse um time de futebol, todo domingo ia ser uma festa, as pessoas iriam estar alegres, esperançosas porque o craque iria entrar em campo. As pessoas iriam levar suas famílias, e comentariam no caminho pro jogo sobre como nosso time era bom, relembrando dos grandes momentos e dos grandes jogos do passado. A semana toda seria em função do time, conversando, comentando, vibrando e esperando ansiosamente pelo próximo momento de ir ao estádio.
Se minha igreja fosse um time de futebol, todo mundo vestiria a camisa e não se cansaria de cantar, nem de ver o time em campo. Os torcedores fariam questão de contribuir com o time e, por mais caro que fosse o ingresso, o amor pelo time seria maior. Afinal de contas, amor pelo time é pra sempre, não é?
Se a minha igreja fosse um time de futebol não interessaria a hora do jogo, se o jogo era importante, não interessariam nem mesmo os jogadores, mas apenas a camisa, o time. Mesmo se o elenco não fosse essa maravilha e sempre pisasse na bola, a torcida gritaria : “Eu nunca vou te abandonar, porque eu te amo!” . O time seria maior que os dirigentes, seria maior que os jogadores, seria maior que a torcida...
Se minha igreja fosse um time de futebol, as alegrias seriam eternas como aqueles títulos ganhos há décadas atrás e as tristezas... bom, as tristezas tentariam servir de lição e, por mais que se repetissem, nunca seriam motivo pra “virar a casaca”.
Se a minha igreja fosse um time de futebol, eu falaria dela a semana inteira, contando do lance inacreditável ou da alma salva no último minuto. Eu defenderia tanto o meu time, que algumas pessoas iriam querer ver um jogo, e se encantariam pela torcida, e por fim, se tornariam, torcedores também.
Se minha igreja fosse um time de futebol, eu não teria vergonha nem da mais vergonhosa derrota, nem que ele caísse pra última divisão, porque eu sempre saberia que o Time era maior que tudo aquilo.
Se a minha igreja fosse um time de futebol, as diferenças entre os torcedores cairiam por terra... O rico, o pobre, o negro, o branco, a mulher, o homem, a criança e o idoso, todos estariam juntos pra gritar o único nome que realmente importava.
Seria uma só bandeira, um só amor que nunca acabaria. Mas só se minha igreja fosse um time de futebol...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

De dentro pra fora

Essa semana se falou de muita coisa, e um dos assuntos que me chamou atenção foi : Adriano vai dar um tempo no futebol.Depois de sumir por quase uma semana, o jogador reapereceu com essa... Apesar de não curtir muito o futebol dele a achar que é uma ótima oportunidade para Ronaldo, o Gordo, voltar pra Seleça (se é que ainda se pode achamar assim), a notícia chamou minha atenção.
Um cara que tem "tudo" dá uma entrevista dizendo que precisa voltar pra casa, pra família, andar descalço e de bermuda, visitar a favela... Pra voltar a ser feliz. 
Quem sou eu pra discutir felicidade de ninguém...Só Deus sabe o que está se passando na cabeça de Adriano. Vi vários técnicos (Parreira, Muricy...) falando que ele precisa de ajuda psicológica e vi até o chato plantão, Dr. Marco Aurélio Cunha, do São Paulo dizer que o jogador tinha uma "perturbação mental". 
Já dizia alguém: "Dinheiro não traz felicidade, manda buscar" . Não acredito nisso... Acho que realmente Adriano está triste. Mas não creio que seja por causa do futebol e da fama. Acho que simplesmente essas coisas não o preenchem mais... Perderam a graça.
Mais triste ainda é vê-lo achar que a favela vai trazer essa alegria de volta... Achar que felicidade mora num lugar ou no simples fato de colocar os pés no chão. Não, Adriano. Alegria não vem de fora pra dentro. Alegria vem de dentro pra fora... e de cima pra dentro.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

"Save the cheerleader, save the world!"





Hoje em dia, todo mundo quer salvar o mundo. Desde que essa onda de aquecimento global começou (a ser falada), tudo que é neguinho (e branquinho) se candidatou a Super-Homem. Ecologistas, atores de cinema, políticos (é..o Barack)... O mundo caiu nas mãos do mundo. E não sei se salvação tem sido muito bem o objetivo...
Com certeza você já ouviu:

  • Pinte seu telhado de branco (patrocínio: Suvinil)
  • Ande de bicicleta
  • Apague a luz durante 1 hora (a Celpe deve estar amando!)
  • Plante uma árvore (os maconheiros contribuem!)

Venho deixar minha contribuição! Salvemos o planeta! Tudo o que temos de fazer é...
sei lá...
Reflexão do dia (não é site de auto-ajuda): Adianta salvar o mundo, se não suportamos as pessoas que estão nele?
Comecemos pelas pessoas...
Adoro o vídeo... All we gotta do is...

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Será que deixo marcas?



01:12 p.m. Acabo de sair do MSN... conversa com uma menina. Não, não é o que vocês estão pensando! Realmente uma menina. Uma menina que mal conheci, e que realmente fui enxergando nas conversas pelo computador. Uma menina sozinha. Que só queria uma coisa: ser Amada. Amada pelos pais, amada pelos avós, amada pelos amigos... amada por alguém. Nessas horas, uma pergunta não sai da cabeça: o que eu posso fazer por ela?


Encontro vidas todos os dias...meus pais, meus irmãos. Gente que brigo e discuto, mas apesar de tudo, amo. No entanto , me incomoda o fato de encontrar pessoas que parecem distantes, e aparentam carregar um cartaz no pescoço dizendo "Socorro!" .


Pessoas precisando de uma palavra, de um abraço, de um ombro, de um ouvido, de uma oração...


Você também encontra?


Pessoas com as quais passamos pouquíssimo tempo, mas queríamos que esse tempo fosse transformador e que, daqui há alguns anos, quando perguntassem a essa pessoa: O que te ajudou na vida? Ela respondesse que foi no dia em que te encontrou que tudo começou a mudar...


Cada momento pode ser o tempo da mudança de direção. E nós podemos ser as setas que sinalizam o caminho.


Eu sei que parece filosofia barata, e também sei que inúmeras vezes, eu mesmo, deixei de fazer o bem.


No entanto, de uma coisa tenho certeza... existiram momentos como esse na minha vida. E sou grato a cada pessoa que me mostrou por onde seguir.





Talvez não possamos mudar o mundo...


mas nada nos impede de tentar mudar o mundo de alguém.





Primeiro Ato

A palavra da vez é ser autêntico... Ser alguém de verdade em todas as ocasiões. Ser alguém, como diria a filósofa pop Ana Carolina (essa mesma que você está pensando...): "...ser eu mesma e esperar que o público goste de mim assim!"

Ser eu mesmo...será possível?

Nos vemos em meio ao dilema:

1. Criar o personagem e tentar se encaixar nesse mundo louco, sem ser discriminado, e sendo "amado" por todos.

2. Pagar o preço.

A segunda opção é utopia. Ninguém é verdadeiro o tempo todo, nem muito menos, com todo mundo. Todos temos segredos incontáveis, vai dizer que não? Todos escondemos esqueletos no armário, e lá no fundo temos as nossas crises não superadas ou depressões enrustidas. Quem realmente nos conhece?

Conhecemos realmente alguém?

Pessoas são confiáveis? Lógico que não. Quantas vezes você já se decepcionou? E decepcionar alguém?

Pessoas são falhas, inconstantes, incrivelmente manipuláveis e fracas...

Qual a graça de tudo então?

A graça é confiar mesmo assim... não sou perfeito, por que os outros seriam?

Vou confiando, quem sabe um dia dá certo...

Só quero que esse seja um lugar que eu possa ser eu mesmo, sendo criticado sim, mas podendo falar do que eu sinto de verdade, sem precisar ser um personagem nessa comédia dos erros.